Com o avanço das investigações sobre os atos antidemocráticos do último dia 7 de setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) identificou que a organização dessas manifestações teve início após uma convocação feita pelo próprio Jair Bolsonaro semanas antes.
É a primeira vez que a PGR cita nominalmente Bolsonaro dentro do inquérito, em um documento sigiloso enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 4 de setembro, informa O Globo.
Isto pode ser um indicativo de que Bolsonaro poderá ser investigado neste caso. Sua responsabilidade pela convocação dos atos antidemocráticos poderá ser considerada crime, embora a PGR ainda não tenha assumido essa posição.
Os ataques de Bolsonaro ao Supremo já lhe renderam a inclusão como investigado no inquérito das fake news.
A partir das provas colhidas, a PGR também tenta rastrear a participação de ministros do governo na organização desses atos. Com isso, a investigação avança para as digitais do Palácio do Planalto nas manifestações antidemocráticas.
Para a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, responsável pelo caso, a convocação para ataques às instituições democráticas teve início no dia 15 de agosto, quando Bolsonaro teria divulgado uma mensagem para seus contatos no WhatsApp defendendo a organização de um “contragolpe” às manifestações contrárias à sua gestão.