Autos do inquérito das milícias digitais, tendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) como relator, apontaram que o blogueiro Allan dos Santos, dono do canal Terça Livre, incentivou Jair Bolsonaro e os parlamentares da base de apoio a executarem um golpe de Estado, durante as manifestações antidemocráticas realizadas entre abril e maio de 2020.
As investigações da PF mostraram que, nos dias 19 e 26 de abril e 06 de maio de 2020, o influenciador bolsonarista encaminhou mensagens a um ajudante de ordens de Bolsonaro destacando a “necessidade de intervenção militar”. A conversa acabou com a declaração de que “as FFAA (Forças Armadas) precisam entrar urgentemente”. A informação foi publicada pelo blog do Fausto Macedo.
O inquérito destacou que, “a partir da posição privilegiada junto ao Presidente da República e ao seu grupo político, especialmente os Deputados Federais Bia Kicis, Paulo Eduardo Martins, Daniel Silveira, Caroline de Toni e Eduardo Bolsonaro, dentre outros, além e particularmente o Ten-Cel. Mauro Cesar, ajudante de ordens do Presidente da República, a investigação realizada pela Polícia Federal apresentou importantes indícios de que Allan dos Santos tentou influenciar e provocar um rompimento institucional”.
No dia 19 de abril, Bolsonaro discursou em frente ao Quartel General do Exército em Brasília (DF) durante um ato em que milhares de manifestantes defenderam intervenção militar e o fechamento do STF e do Congresso.
Bolsonaro foi alvo de mais de 120 pedidos de impeachment e uma das acusações foi justamente a tentativa de estimular bolsonaristas a serem favoráveis a um golpe no país.
O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos teve uma espiã no gabinete do ministro do STF Ricardo Lewandowski. Foi a ex-estagiária Tatiana Garcia Bressan, alvo de investigação da PF.
Ela também já fez ataques ao ministro Alexandre de Moraes, ao dizer que o magistrado tem “personalidade sádica”.