No momento em que a inflação supera 10% ao ano, em razão sobretudo da política de preços da Petrobrás, implantada após o golpe de 2016 para favorecer os acionistas privados da companhia, Jair Bolsonaro mantém sua campanha de ataque à estatal para tentar privatizá-la. Ontem, mais uma vez, ele chamou a empresa de “monstrengo” para tentar vendê-la, o que condenaria o Brasil a uma condição de subdesenvolvimento, a despeito das gigantescas reservas do pré-sal.
Leia, abaixo, reportagem da Reuters
O presidente Jair Bolsonaro voltou a falar nesta quarta-feira sobre sua intenção de privatizar a Petrobras e chamou, durante entrevista à Rádio Cultura do Espírito Santo, a petroleiro de “monstrengo” que, segundo ele, trabalha para que seus acionistas não tenham prejuízos.
“Não tenho ingerência sobre a Petrobras. Tanto é que eu espero aí privatizar parte dela, que não é fácil. Já entrei em contato com a equipe econômica”, disse Bolsonaro em entrevista a uma rádio do Espírito Santo. “Porque a Petrobras é um monstrengo, tem um monopólio e praticamente vive em função dela mesma. Ela vive para que, dada a legislação existente, os acionistas nunca tenham prejuízo.”
A União é o maior acionista da Petrobras e, consequentemente, a maior beneficiária dos dividendos pagos pela estatal. Bolsonaro tem criticado com frequência nos últimos dias a distribuição de lucros da Petrobras a seus acionistas.
A alta dos preços dos combustíveis, que têm sido constantemente reajustados pela Petrobras, está entre os fatores por trás da queda na aprovação de Bolsonaro e de seu governo, de acordo com pesquisas de opinião.
Há cerca de um mês Bolsonaro começou a falar de estudos para privatizar a estatal. No entanto, a equipe econômica negou que haja estudos concretos até o momento.