Dois indígenas da comunidade isolada Moxihatëtëma, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, foram mortos a tiros durante um ataque de garimpeiros ilegais, denunciou a Hutukara Associação Yanomami (HAY).
Segundo a organização, uma base de garimpo ilegal está localizada a 12 km da comunidade isolada, região do alto rio Apiaú, em Mucajaí, região Sul do estado, e coloca em risco os indígenas que negam contato com qualquer pessoa externa.
Um outro Yanomami faleceu em decorrência de Malária por falta de atendimento médico, já que os funcionários das unidades de saúde foram retirados de seus postos após o início dos ataques.
Desde abril de 2021 as comunidades da região do Palimiu, também na TI Yanomami, vêm sendo alvo de garimpeiros armados com balas e bombas. Mais de dez pedidos de socorro já foram feitos pelos indígenas que sofrem diariamente com as ameaças e ataques.
Há seis meses os povos originários da região tiveram que mudar sua rotina e se revezar em esquemas de segurança por causa dos ataques. Lideranças explicam que o clima de pânico está generalizado e que muitos indígenas não conseguem mais dormir.
Já são sete indígenas da TI Yanomami mortos pelo garimpo somente neste ano, os três adultos Moxihatëtëma e quatro crianças, com idades entre 1 e 7 anos, da região do Palimiu.
No quarto pedido de socorro enviado pela Hutukara Associação Yanomami à Fundação Nacional do Índio (Funai), à Polícia Federal em Roraima (PF/RR), à 1ª Brigada de Infantaria da Selva do Exército (1ª Bis) e ao Ministério Público Federal em Roraima (MPF-RR), associação solicitou que fossem enviados agentes de segurança pra a região do Palimiu e para os isolados Moxihatëtëa.
Assim, o pedido por garantia de segurança, da lei e da ordem por parte do Estado, segundo a associação, sempre foi total, já que indígenas de todo o território Yanomami estão vulneráveis aos ataques dos garimpeiros.
Há quase seis meses o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou que a União garanta a segurança dos Yanomami sob ataque do garimpo em Roraima, mas até o momento os indígenas seguem sem qualquer ação de proteção.
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