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“Papel ridículo”: Bolsonaro sai pequeno de funeral da rainha, dizem diplomatas

Integrantes da campanha petista criticaram o fato de Bolsonaro cumprimentar o rei Charles III com um largo sorriso em uma cerimônia que fez parte do funeral da rainha.

“Papel ridículo”: Bolsonaro sai pequeno de funeral da rainha, dizem diplomatas

“O presidente Bolsonaro fez um papel ridículo. É uma cerimônia de Estado, não para fazer campanha.

Para integrantes do Itamaraty, a ida do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, ao funeral da rainha Elisabeth II, em Londres, não terá os resultados almejados pelo atual chefe do Executivo. A visão é a mesma entre aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo a coluna de Bela Megale, no jornal O Globo, diplomatas consideram que o presidente sai “pequeno” da viagem. O ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, principal conselheiro de Lula sobre política externa, afirma que Bolsonaro fez um “papel ridículo” ao usar o evento para “fazer campanha”.

“O presidente Bolsonaro fez um papel ridículo. É uma cerimônia de Estado, não para fazer campanha. Além disso, houve a escolha de levar um líder religioso. Nada contra, mas por que levar um e não outro? O Brasil é um país plural. E fazer um comício na frente da embaixada em meio à um ato como esse não faz sentido algum. Fui embaixador em Londres em 2002 e nunca vi isso. Tenho 60 anos de vida diplomática”, disse Amorim.

Os petistas acreditam que Bolsonaro não conseguiu mostrar o prestígio internacional que buscava com a viagem e seguiu falando apenas para a sua base. A avaliação é que a agenda internacional não terá efeitos sobre o eleitor indeciso.

Quando anunciada a agenda, parte dos aliados de Lula achou que a estratégia poderia ajudar Bolsonaro a passar uma imagem mais sóbria de presidente e de que não estaria isolado na esfera internacional. A leitura hoje é que a estratégia não funcionou.

Integrantes da campanha petista criticaram o fato de Bolsonaro cumprimentar o rei Charles III com um largo sorriso em uma cerimônia que fez parte do funeral da rainha. Eles também apontaram que a companhia do pastor Silas Malafaia na viagem reforçou que o plano era apenas voltado para a sua claque.