A equipe de transição do governo Lula (PT) conversou com o ex-comandante do Exército Edson Pujol e o ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva, informa a Folha de S. Paulo.
“A ideia desses interlocutores de Lula é dar prioridade nas conversas com ex-dirigentes das três Forças Armadas, num movimento para mostrar respeito às instituições. Além de Pujol e Azevedo, os nomes procurados, em sua maioria, são de militares que ocuparam o alto escalão durante os governos petistas”, diz a reportagem.
Pujol e Azevedo integraram o governo de Jair Bolsonaro (PL) de janeiro de 2019 a março de 2021 e foram personagens de uma crise militar sem precedentes desde a década de 1970. Bolsonaro demitiu Azevedo, então ministro da Defesa e, na sequência, em um movimento coordenado, Pujol e os comandantes da Marinha e da Aeronáutica pediram demissão.
Bolsonaro queria maior subordinação das Forças Armadas ao seu governo. Por outro lado, Azevedo mantinha a Defesa com algum distanciamento do Planalto.
Para membros da transição de Lula, Pujol e Azevedo foram importantes para manter a institucionalidade das Forças Armadas, em um momento e que Bolsonaro tentava politizar a caserna.
Ainda de acordo com a matéria, outro procurado por aliados de Lula foi o ex-comandante do Exército Enzo Peri, que esteve à frente da força de 2007 a 2014. Além dele, houve conversas também com José Carlos Nardi, ex-chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, Juniti Saito, ex-comandante da Aeronáutica, e com o almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, ex-comandante da Marinha.
Hoje, a avaliação é de que o relacionamento do governo eleito com os militares é um tema sensível. Entre os interlocutores de Lula que atuam nos bastidores para estabelecer um canal de diálogo com a caserna estão os ex-ministros Nelson Jobim, Celso Amorim, Jaques Wagner e a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), que assumiu uma secretaria na Defesa durante gestão petista.