Ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, e ex-juiz da Lava Jato que prendeu Luiz Inácio Lula da Silva ilegalmente em 2018, o senador Sérgio Moro (União Brasil) se calou sobre a propina recebida pelo seu ex-chefe no governo federal. Por isso, ele foi questionado nas redes sociais.
O perfil da Agência Sportlight, por exemplo, escreveu:
“Gostaria muito de perguntar a Sergio Moro: 1 – Um presente de R$ 16 milhões é ato determinado ou indeterminado de corrupção de um presidente? 2 – Quantos pedalinhos cabem em R$ 16 milhões? 3 – Como se sente tendo sido fiel escudeiro de quem guarda R$ 16 milhões na cueca?”
Nos últimos anos, principalmente após a denúncia dos crimes cometidos por ele, a imagem de “paladino contra a corrupção” de Moro, inventada pela imprensa corporativa, caiu totalmente por terra, desmoralizando o ex-juiz da Lava Jato — uma das maiores operações criminosas e de perseguição política da história do Brasil.
Em outubro, um assessor do ex-ministro Bento Albuquerque, das Minas e Energia, tentou trazer ilegalmente para o Brasil joias avaliadas em 3 milhões de euros, o equivalente a R$ 16,5 milhões. O colar, anel, relógio e um par de brincos foram um presente do governo da Arábia Saudita para Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama.
As joias foram apreendidas por agentes da Receita Federal no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, uma vez que é obrigação declarar ao órgão qualquer bem que entre no Brasil que passe de US$ 1 mil. A apreensão ocorreu no dia 26 de outubro de 2021.
Houve quatro tentativas frustradas de reaver os produtos, envolvendo três ministérios (Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores) e militares. No dia 28 de dezembro de 2022, o próprio Bolsonaro enviou um ofício ao gabinete da Receita Federal para solicitar que os bens fossem destinados à Presidência da República.
O Ministério da Justiça, comandado por Flávio Dino, determinará na segunda-feira a abertura de inquérito para investigar Jair e Michelle Bolsonaro pelos crimes de corrupção, contrabando e lavagem de dinheiro no caso das joias de R$ 16,5 milhões recebidas ilegalmente da monarquia saudita, que tem negócios no Brasil.