Em meio à discussão sobre a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar os atos golpistas de 8 de janeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro prestará depoimento à Polícia Federal (PF), na condição de investigado, para tratar do tema.
A corporação marcou, a pedido do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), uma oitiva com o ex-mandatário na próxima quarta-feira (26). O depoimento será realizado na sede da PF em Brasília.
Bolsonaro é investigado como “mentor intelectual” dos atos golpistas, isto é, ele estaria entre as pessoas que incentivaram o levante antidemocrático que culminou na invasão às sedes dos Três Poderes em Brasília. Uma das evidências – entre inúmeras outras – dos investigadores que ligaria o ex-mandatário diretamente ao movimento golpista é uma postagem feita pelo ex-mandatário no dia 11 de janeiro, isto é, 3 dias depois da tentativa de golpe, em que questiona, sem apresentar provas, o sistema eleitoral brasileiro.
O depoimento, além de estar marcado para a semana em que deve ser instalada a CPMI do 8 de janeiro no Congresso Nacional, ocorrerá às vésperas do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode tornar Bolsonaro inelegível.
A Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) defendeu a inelegibilidade de Jair Bolsonaro em manifestação enviada no dia 12 de abril ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A ação iniciada pelo PDT acusa Bolsonaro de ter praticado abuso de poder durante uma reunião com embaixadores estrangeiros em julho de 2022, no Palácio da Alvorada. Na ocasião, o então presidente apontou dúvidas e difundiu mentiras sobre a segurança das urnas eletrônicas.