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O influenciador da capivara é mais um que conseguiu atenção e fama por ser idiota. Por Nathalí

Agenor Tupinambá criava o animal silvestre como se fosse um animal doméstico. Enquadrado pelo IBAMA, fez um escarcéu nas redes sociais até conseguir, muito mais por clamor público do que por justiça, criar a tal capivara, que tem até nome,

O influenciador da capivara é mais um que conseguiu atenção e fama por ser idiota. Por Nathalí

Agenor Tupinambá criava o animal silvestre como se fosse um animal doméstico. Enquadrado pelo IBAMA, fez um escarcéu nas redes sociais até conseguir, muito mais por clamor público do que por justiça, criar a tal capivara, que tem até nome, no fundo do quintal, após a Justiça Federal do Amazonas determinar a devolução de “Filó”.

Há dias somos obrigados a conviver com notícias – contra a nossa vontade, na maioria das vezes – acerca de uma capivara e um influencer.

Agenor Tupinambá criava o animal silvestre como se fosse um animal doméstico. Enquadrado pelo IBAMA, fez um escarcéu nas redes sociais até conseguir, muito mais por clamor público do que por justiça, criar a tal capivara, que tem até nome, no fundo do quintal, após a Justiça Federal do Amazonas determinar a devolução de “Filó”.

Agora, um dos fiscais do IBAMA afirma que Agenor criava outros animais silvestres como preguiças, jiboias, arara, papagaios, uma coruja e uma aranha — além de outra capivara que, segundo o fiscal, morreu sob os “cuidados” de Agenor.

“Ele é um fazendeiro, um herdeiro, com milhares de seguidores”, disse o fiscal Roberto Cabral. Me perdoem, mas que raça de merda é influencer.

Tem gente boa trabalhando na internet? Tem. Tem gente verdadeira gravando vídeo pro YouTube e fazendo propaganda no Instagram? Tem, obviamente. Mas, em sua maioria, essa gente é tosca, mal educada, adora dar carteirada e vive pra ter privilégios e atenção.

Para conseguir atenção, ultrapassam limites por vezes imorais ou apenas ridículos – dessa vez, ao que parece, as duas coisas. “Animais foram explorados de forma ilegal para conseguir likes na internet”, concluiu o fiscal, certeiro.

É isso mesmo: a idiotia coletiva propagada por influencers fúteis e irresponsáveis tem chegado a níveis absurdos. Essa gente se torna tão capaz de tudo por likes e atenção simplesmente porque têm atenção disponível – e anseiam por sempre mais, como ordenam os algoritmos das redes sociais.

“Cúmplices e vítimas, igual todo mundo”, diria Drummond. Vítima de uma sociedade tecnológica que nos vicia em atenção como macacos em laboratório; Cúmplice de uma cultura imbecilizada que não respeita os outros, as regras, os animais, o planeta.

Quando, numa sociedade, um herdeiro inútil quer criar animais silvestres sem consequências – inclusive matando-os – e essa mesma sociedade vê o fato como justo e torce para que a tal capivara seja mantida em cativeiro, há algo de muito, mas muito errado acontecendo.

https://youtu.be/Hoha1sviL6M