Texto disparado pelo ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, segundo a Polícia Federal, foi parar nas redes sociais de aliados que, abertamente, pediram, meses depois, um golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
Levantamento enviado para o blog pelo professor da USP e colunista do Globo Pablo Ortellado mostra que o primeiro a replicar em rede social o texto de Bolsonaro foi o militar da reserva Ailton Barros, hoje preso por envolvimento na fraude de cartões de vacinação operada por Mauro Cid.
Ortellado cruzou o texto enviado por Bolsonaro ao empresário Meyer Nigri e relevado ontem pelo blog com o banco de dados do Facebook. Ele encontrou três publicações do post, minutos após a ordem de Bolsonaro para “repassar ao máximo” um ataque contra ministros do Supremo, do Tribunal Superior Eleitoral, às urnas e aos institutos de pesquisas.
Na decisão que ampliou as investigações sobre o disparo de mensagens com fake news a empresários, o ministro Alexandre de Moraes não deixa espaço para dúvidas de que o remetente foi mesmo Bolsonaro. “Há necessidade da continuidade das diligências, pois o relatório da Polícia Federal ratificou a existência de vínculo entre ele e o ex-Presidente Jair Bolsonaro, inclusive com a finalidade de disseminação de várias notícias falsas e atentatórias à Democracia e ao Estado Democrático de Direito”, escreve o ministro.