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Padre Júlio Lancellotti recebe apoio nas redes após se tornar alvo de CPI

O vereador bolsonarista acusa o religioso de firmar parcerias com as ONGs Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto (Bompar) e no coletivo Craco Resiste, entidades que prestam trabalho comunitário dedicado à população de rua e a dependentes químicos.

Padre Júlio Lancellotti recebe apoio nas redes após se tornar alvo de CPI

O padre atua na defesa dos mais necessitados há cerca de 40 anos e se tornou alvo da CPI após Rubinho receber supostas “denúncias” sobre a atuação de ONGs no Centro da cidade.

O padre Júlio Lancellotti tem recebido uma onda de apoio nas redes sociais após se tornar alvo de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara Municipal de São Paulo. A iniciativa contra o religioso é do vereador bolsonarista Rubinho Nunes (União Brasil), que conseguiu assinaturas para instalar o colegiado na Casa Legislativa.

O religioso já esclareceu que sua atividade não se enquadra em qualquer tipo de serviço que possa ser alvo da CPI e afirmou que não tem nenhum “convênio com a Prefeitura” da cidade. Após ter se tornado alvo de bolsonaristas, ele tem recebido apoio de políticos, ativistas e outras autoridades nas redes.

Coordenador da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo, ele distribui comida, roupas e livros para pessoas em situação de rua. O padre atua na defesa dos mais necessitados há cerca de 40 anos e se tornou alvo da CPI após Rubinho receber supostas “denúncias” sobre a atuação de ONGs no Centro da cidade.

O vereador bolsonarista acusa o religioso de firmar parcerias com as ONGs Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto (Bompar) e no coletivo Craco Resiste, entidades que prestam trabalho comunitário dedicado à população de rua e a dependentes químicos.

Marcelo Freixo, presidente da Embratur, aponta que a Câmara Municipal paulista decidiu “perseguir quem dedica sua vida a fazer o bem”. “Esses vereadores, o que fazem pelos mais pobres? Eles logo serão esquecidos, mas Padre Júlio segue sendo uma grande referência de coragem e caridade”, afirma.

 

A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) diz que a instalação da CPI é “inadmissível”. “Enquanto a cidade está ao léu, tentam perseguir quem está ao lado da população, lutando por moradia digna, comida e políticas públicas efetivas”, aponta a parlamentar.

A criação do colegiado também foi criticada pela ativista e deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que chama o movimento contra o padre de “absurdo e obsceno”.

“Tinha que ser obra dos mimados e criados a danoninho do MBL. Investigar o desperdício de comida? A inação da prefeitura para criar políticas públicas de moradia, emprego e segurança alimentar? Não… os politiqueiros não ligam para isso. Querem desestimular a solidariedade com uma caça às bruxas que vai desperdiçar dinheiro público”, aponta a deputada.

Outros perfis o X (ex-Twitter) defendem transformar a onda de indignação em um movimento para arrecadar recursos ao trabalho do religioso e ajudar as pessoas mais necessitadas. Veja o movimento em defesa de Padre Júlio Lancellotti: