Na tentativa de fugir da responsabilidade pelo desmonte da Petrobrás e da consequente relação dos altos preços dos combustíveis com o dólar, Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (10) que não tem poder de decisão sobre a política de preços da estatal.
“Eu não defino preço na Petrobras. Eu não decido nada, não. Só quando tem problema cai no meu colo”, disse ele a apoiadores.
Pelo cargo que ocupa, Bolsonaro tem poder de indicar o presidente da Petrobrás, atualmente comandada pelo general Joaquim Silva e Luna. Também pode indicar nomes para conselhos da empresa – eles que definem da política de preços da estatal.
A Petrobrás anunciou, nesta quinta, que o litro da gasolina aumentará 18,77% e o do diesel, 24,9%. O gás de cozinha passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por quilo, um reajuste de 16%. Os reajustes passam a valer a partir desta sexta-feira (11).
Nesta quinta, o Senado aprovou o Projeto de Lei n° 1.472/2021, que cria a Conta de Estabilização dos preços de combustíveis e um auxílio-gasolina para motoristas de aplicativos e taxistas.
Um dos principais líderes da greve dos caminhoneiros em 2018, Wanderlei Alves, conhecido como Dedeco, afirmou que motoristas devem protestar contra os aumentos dos combustíveis e “parar o país”.
Em seu discurso, Bolsonaro também deu aos seus apoiadores uma fake news, de que os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff fizeram interferência na política de preços da Petrobrás. “Lula e Dilma interferiram nos preços da Petrobras, entre outras coisas. Endividaram a empresa em R$ 900 bilhões”.